sábado, 15 de outubro de 2011

Pássaro Verde II

Meu sangue corre nas ruas de Tripoli,
Ele é de esperança.
Quanta dor , quanta matança.

Me disseram que a esperança
É um passaro verde.
Voa voa e nem se cansa
voa sobe os montes
cruza os desertos
ninguém o alcança

Corre , percorre e se alastra, o fogo pelos seu deserto
Consome calcina e mata, tudo aquilo que lhe passa por perto
Perseguem-te, não deixam descansar
Voa, voa, pássaro verde, não se acorrente
Mantenho seu destino, sua rebeldia.
Misseis, bombas, aviões e morteiros
Tanque, helicópteros e artilharia
Mercenários, terroristas e estrangeiros.
Siga firme em seu rumo na sua galhardia

O papa, os santos e seus nobéis
As cruzes, os comitês e as anistias
A imprensas jornais e todas as mídias
Expoentes, dessa cruel vilania!
Calam e falam torpes ignominias
De tais formas e tantas maneiras
Que os calabouços da bastilha
as fogueiras
Onde queimaram as heresias
sorvendo o sangue que fervilha
Pedem ao decrépito ocidente
Loas a pilhagem e a partilha!

Voa pássaro verde voa, é preciso voar
Seus irmão presos nessa sanha assassina
Desviam para ti verde esperança, seu olhar
As lágrimas de desconsolo da morte
turvam-lhes o horizonte, tal chacina
De perto, corpos despedaçados
pernas, braços, estômagos vazados
Rostos de crianças desfigurados
Outros sem vida estirados
jazem nos pisos destruídos
Alinhados em corredores mórbidos
de hospitais de verdadeiros holocaustos.

Voa, voa, pássaro verde
Porque assim eu vou indo,
voando , procurando,
encontrar o lugar que você se encontra.

Um comentário:

Cristina Lopes disse...

É muito complicado comentar poesia sem se entrar em vários detalhes, sendo assim serei bastante sincera: gostei muito.