segunda-feira, 29 de outubro de 2007

semi-deus ?

Minha filha me perguntou como eu me sentia aos trinta anos
Olhei para os desafios que enfrentei nessa idade e respondi:
- eu pensava que podia carregar o mundo nas costas.
Espantada, retrucou rapidamente:
-se era assim aos trinta anos, como voce se sentia aos vinte anos ?
Nessa época, minha filha tinha vinte anos, então saboriei a resposta, com alguns segundos de suspense e respondi:
-sentia-me como um semi-deus.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Coreia, empoeirada Coreia

Coreia, empoeirada Coreia.
Viraste manchete de jornal.
Expremida entre a linha do trem e o muro da Eternit
Sempre foste esquecida.
Ao contrário da pátria inspiradora.


Quando os desterrado foram para esse barro
Esse pedaço de terra.
Essa faixa de gaza.
Nos arredores dessa estação.
Isso faz muitos anos.


Os populares te apelidaram.
Te chamaram de fim de mundo.
De antro de violência
Local de desterro e dor.


A Coreia alvo do genocídio japones.
A Coreia em pé diante do gigante.
Essa era a Coreia, nesses idos anos.
Dessa Coreia, caparam o brio e luta

Deixaram o véu negro como herança.

Esse véu te cobriu, com esquecimento.
Como te cobre a poeira barrenta de suas ruas,
nunca urbanizadas.
No seu chão faz muitos anos,
Não florescem nem escolas ou saúde,
mas sofridos pela vida.

Brotam de ti, dignidade e indignação.
Do desprezo sem perspectiva brota a rebeldia.
Da rebeldia a violencia.
Da violência o terror.
Da violência a tragédia.
Da tragédia representada a admiração.
Brotam os cruxifixados.
Repressão exemplar.

Encontros Casuais

Não pergunte de onde vim.
Por onde cairam as flores.
Nem quem encontrei pela estrada.
Quantas vezes lambi as feridas.
Ou soprei para passar as dores.

Não me perguntei por onde passei
você não irá fazer, eu sei
Só fica o silencio do tempo.
Um brilho irriquieto do que virá
O semblante calmo dos caminhos juntos.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Qual a cor ?

O mal vem sorrateiro
Chega cinza, você nem vê.
Nao se mostar por inteiro.
mas ele esta lá, à espreita

Por fim se apresenta, com é
Sem saber de onde, surge
Uma super nova, um novo dia
Com sua energia tudo consome.

Quero o negro do carinho
O preto da bondade
A escuridão da amizade
A negritude do amor

domingo, 14 de outubro de 2007

no lugar de sempre

Vi o seu infinito transparente
Nada me escondestes
Do alto olhei pra ti
Seu ser cristalino reluziu.

Fui de um lado para outro
O dourado dos meus fios
A luz das suas águas
O cristal das suas pedras
O gélido de seu toque

Passando e correndo
Correndo e rugindo
Indo, indo, indo
Luzindo e brilhando
Sem parar, sem fim, sem fim
desde o inicio que te vi
voce esteva lá

O dourado de meus fios
o halo de sua alma
dragando o verde da vida
da vida que dás e rejunesce
a cada momento com seu toque.

vou e vou
descendo com voce
correndo junto
cantando com a pedra
com o sabiá laranjeira
no som de seu galho
mil folhas, mil ramos, mil troncos que cantam

o som do silencio
o silencio da agua
o barulho do rio
o ranher da ponte
o sibilo do vento
venha veja
venha sinta
venha comigo
olhe e escute
veja o barulho do rio
escute o voo dos passáros
sintas as canções que tenho pra ti.