sexta-feira, 1 de junho de 2007

Única

Bilhões, milhões, milhares ...
Mas para mim basta um.
Para mim é só você.

Explosão

A matéria explode
Sem razão a sua natureza
tornado, furacão, terremoto, supernova
Com sua força
Rasga o seu destino incompreendido.

Ó destimda !

No seu caminho o que lhe posso ser ?

cor de bronze, negro é o sangue - 2

É possível para a sociedade branca, das metrópoles brasileiras, fingir que não tem nada haver com a secular escravidão promovida nas terras do pau brasil ?

Será que a crueldade e a arrogancia, a exploração e a humilhação, promovida nessas terras não tenham herdeiros ?

Não basta esconder esses fatos por traz de uma fachada cosmopolita, de uma cultura liberal, de uma formação publica, republicana, não discricionária. A questão é que o fato existe.

cor de bronze, negro é o sangue

Não vim de navio negreiro.
As correntes nao prenderam-me no pelourinho
Não conheci a escura senzala
nem meu suor correu pelos senhores

Não sou negro, mulato ou jambo
picuinho e duro meu cabelo não é
A chibata curel e vil
minhas costas não cortou
Nem meu sexo tomaram a força.

sou vergonhasamente branco
Arrogantemente livre
Vaidosamente belo
sempre senhor de tudo

Jambos, mulatos e negros
A criadagem conheci
os braçais, os guetos, as favelas
a pobreza tem sua cor.

herança recebida
dos que vieram antes de mim
Deixaram-me esse vaso de joias
joias de humilhação, sangue
joias que joguei fora.

Ó joia do amor
Mulata, cor de bronze dourado.
negro é seu sangue.

Descendeste de mim
Uma urna verdadeira
Uma tocha viva
pros que virão depois de ti.

Quando um mais um é igual a um

Que é a vida sem esses momentos ?
Despedidas são sempre encontros.
Porque ao rasgar e romper, mesmo que provisóriamente os laços, eles, laços quebrados expõem os diversos elos quebrados, e como pela complementariedade foram constituidos.
A felicidade, a alegria o prazer vem da experiencia de completar o mosaico das relações com a natureza e os outros.
Prometo divagar mais sobre esse assunto.

Foi por isso que na "pequena" despedida do meu amigo Rodrigo na sua viagem para Inglaterra, à entrada da Marcia no bar de nome espanhol, Dom Mariano, me chamou tanta a atenção.

Conheci Marcia à alguns anos atraz, quando ainda era tenro o seu relacionamento com Marcelo.
Nos anos que se seguiram, vi as pequenas diferenças se complementando e gerando os laços fortes que à olhos vistos estão estampados no semblantes dos dois. Aqueles momentos que dois não parecem mais dois, mas apenas um dividindo um sem número de segredos e cem número de pequenas realidades, não importa se de conflito ou convergencia mas prazerosa pelas sua existência. aqueles momentos que dois, expressam que sua relação, já por si só representa outra realidade.

De público não posso aqui reproduzir todo a minha cantilena, ainda mais, que estava um pouco sob efeito do alcool de um vinho ruim que me fez mal logo em seguida.
Mas podem tirar suas conclusões.

3 semanas terríveis

Depois de 3 semanas de sofrimentos que me deixaram fora de combate volto a escrever.
Senti muita dor nesse período.
Por isso o pequeno poema do posto abaixo, feito nesses momentos.

A nossa sociedade, ou melhor na estratificação social que vivo, a dor não é um elemento relevante da vida humana.Temos tratamento médico, analgésicos, e mesmo doentes raras vezes essa realidade está muito perto.
Mas de fato, a dor é um elemento da humanidade.
Fala da dor física, advinda dos males do corpo.Dilacerando diretamente o espirito pela teias que prendem-no diretamente.
Como, passei por cinco médicos e só no final consegui um tratamento clínico que aliviasse minha dor, pude vivê-la de maneira intensa.

Já tinha vivido após minha operação a outra experiência com a dor, a do alívio.
O paciente que sai de uma cirurgia de abdomen e tem acesso à remedio a base de morfina para aliviar a dor.
Quando cheguei no leito do quarto e recobrei a consciencia, eu estava bem.
Mas passado algumas horas, um dor intensa e profunda começou a aparecer.
Contraia meu abdomen de dor, fazendo levantar ligeriamente à altura do pescoço.
Ainda era dia, e eu estava acompanhado e logo veio um moça de branco, um anjo, que injetou um liquido no soro. A faca que resgava meu abdomen passou, e fiquei num estava de ligeira exaltação.
Passado várias horas, os sinais da ameça da volta começaram a surgir.
Como desejei ver a moça de branco, meu anjo voltar.
Imaginava como fica um dependente químico, ansiando pela tragédia da cura de seu tóxico.
Quando ela dobrou à porta... antes mesmo de voltar a injetar à substancia no soro, já sentia vir o reconforto da inexistencia da dor.